Eu não sei o quanto você se cobra ou não, mas eu já me cobrei muito.
Sempre quis dar conta de tudo. Ser a mãe perfeita. Esposa perfeita. Profissional perfeita. Pessoa consciente que busca a evolução perfeita.
O curioso era que achava que não. Eu achava que não buscava a perfeição e tinha todo um discurso pronto para justificar que perfeição é uma ilusão e blá, blá, blá.
Eu não via o quanto me cobrava de verdade. A história que eu me contava era que queria ser sempre um ser humano melhor, dar o melhor de mim e evoluir a cada dia.
Eu dizia que essa era minha missão: que vim para Terra para me tornar uma pessoa melhor em todos os sentidos.
E eu não estou querendo dizer que esse é um ideal ruim, mas eu não via o quanto estava presa nas próprias histórias.
O que era para ser um ideal e trazer liberdade, inspiração e leveza; estava virando uma “corrida dos ratos” e só trazia peso, frustração, desânimo e prisão.
Como a gente pode transformar coisas tão simples e belas e nos mantermos em cativeiro de nós mesmas?
Pois é, a gente pode e vive fazendo isso...
É o ideal de Salvadora – claro que é inconsciente – mas você quer servir, ser agradável, gentil, organizar tudo para que dê tudo certo e todos fiquem bem e felizes.
O preço é sua infelicidade, sobrecarga e solidão!
Mas é claro que você nem vê isso. Nem vê o quanto diz “SIM” para o mundo (mesmo que não queira) e com isso diz “NÃO” pra você. Afinal, fazer “x” para fulano não é nada demais...
Sei que existe um buraco emocional imenso aí que te faz estar nesse papel (buraco de carência emocional, mas também é inconsciente) mas você não precisa mais estar nele.
Se você está me acompanhando todos os dias por aqui percebeu que ontem não te enviei e-mail, e o motivo está descrito nesse aqui.
É muito simples: ontem eu queria ficar ouvindo música, depois vendo filme, comendo “rufles” de churrasco e tomando cerveja com minha esposa. Não queria escrever e-mail.
E não escrevi.
E ainda estou vindo aqui na “cara dura” te falar isso, ao invés de arrumar uma desculpinha previsível.
Mas como é isso pra você?
Será que pelo fato de ter arrumado um compromisso como eu arrumei de te escrever por 30 dias você se permitiria dizer “NÃO” para seu compromisso e dizer “SIM” pra você?
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