
Hoje eu ouvi uma história que é daquele tipo que AMO!
E sabe por quê?
Porque falava de crenças.
Vou te contar a história antes de te explicar sobre crenças.
Maria estava caminhando pela orla da praia (e você já sabe porquê Maria né?) e viu uma barraquinha de coco.
Quis beber mas pensou que sempre passava por ali e nunca lembrava de levar o dinheiro.
Então Maria encontrou com uma amiga que prontamente se propôs a pagar para ela. Situação normal né?
Só que pra Maria não.
Seu coração disparou acelerado e ela ficou sem entender nada. Se permitiu vivenciar aquele desconforto interno e aceitou o coco da amiga.
Mas o que estava ruim ficou ainda pior. Depois que o vendedor lhe entregou dois cocos – um para ela e outro para Maria – ela lhe disse: te pago amanhã!
Pronto, agora Maria estava “devendo” para duas pessoas. Isso era o fim...
Superado um pouco o desconforto inicial, depois que o coco acabou, Maria retornou para sua caminhada.
E foi nesse momento consigo mesma que se lembrou de um episódio quando tinha mais ou menos 9 anos em que o pai havia lhe mandado pegar algo na venda – na época que a gente
mandava pendurar - mas ela encontrou com uns meninos vestidos de forma bem simples batendo papo e tomando coca-cola e, como toda boa menina de 9 anos, se esqueceu da vida e
por lá ficou.
Algum tempo depois seu pai foi atrás e quando a viu ali, já tomando coca que tinha aceitado dos amigos que também tinham comprado no “pendura”, só deu aquele olhar 43 e não falou nada – na época em que esse olhar funcionava...
Ela não apanhou, mas ele falou tanto nos ouvidos que ela tinha agido muito mal por não ter feito o que ele mandou, por ter aceitado coisa de estranhos, por estar “perdendo” tempo fazendo nada e por aí vai...que ela só registrou o seguinte: É ERRADO ACEITAR COISAS DE QUEM TINHA MENOS DINHEIRO QUE ELA E NÃO PAGAR POR ELAS!
Isso é uma crença!
Toda a sua vida passou a ser regulada por essa “verdade” que não é real, foi uma mera conclusão distorcida que ela tirou do que viveu com seu pai, bem em conformidade com seu nível de entendimento aos 9 anos.
Agora observa a m*!
Maria registrou que não poderia receber de alguém com uma condição financeira menor do que ela.
MARIA NÃO PODIA RECEBER; TINHA QUE DAR!
Com essa crença está tudo pronto para virar uma Salvadora da Pátria dentro do triângulo das relações disfuncionais – vou adotar o nome de “Helper”.
“Helper” é aquele ser divino, quase celestial – #soquenao – que só faz pelos outros e se coloca em último lugar(cocô do cavalo do bandido) e seu valor está nas coisas que faz e não em quem é.
Em outras palavras, NÃO MERECE RECEBER, só tem que dar, dar, dar e seu valor (mínimo é claro) só existe quando está se doando pelo outro (leia-se assumindo responsabilidades alheias).
Esse é o verdadeiro “Helper”.
Eu, diga-se de passagem :(
É claro que existem outros fatores que fazem “nascer” um bom “helper” (lares disfuncionais, pais tóxicos e extremamente repressores e muita dor da criança ferida na veia), mas a lente pela qual você vê o mundo também é um fator fundamental.
E pode se formar assim: de uma forma quase que ridícula de um ensinamento relevante mal interpretado.
Sabe-se lá que crenças você carrega aí que te colocam nesse lugar de “Helper” como eu ou qualquer outro lugar, mas é bom você começar a se questionar.
No momento do desconforto, pare, preste atenção e se pergunte: O que você precisa tomar consciência para deixar de sentir o desconforto?
Só se pergunte.
Não queira a reposta pronta na hora.
Seu inconsciente sabe a resposta e vai te mostrar de alguma forma.
Esteja presente!
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